sexta-feira, 29 de abril de 2011

A popularização e pluralização da moda - por Janis Loureiro

Hoje em dia, a gente abre uma revista de moda e logo pensa que tudo está na moda. São diversas tendências e opções de escolha. Se por um lado, essa gama de possibilidade é superpositiva para a consumidora. Por outro, pode ser um risco. É preciso definir um estilo, sem se tornar vítima de novidades que não valorizam o nosso corpo ou não combinam com o nosso jeito de ser.  Por isso, podemos dizer que se existe uma regra fundamental: é se sentir bem com a roupa que usa.
Outra necessidade, revelada pela consultora de moda, Patrícia Pontalti, na quarta-feira em Ijuí, em mais uma edição da Estação Mulher para cerca de 200 mulheres, é estar atenta às tendências, buscar informações, ter personalidade e investir em acessórios. “É interessante viajar e ver como as pessoas absorvem as informações, como usam e interpretam as tendências da moda. A cidade de Ijuí é supercontemporânea, com mulheres bem vestidas, lojas lindas, uma cidade totalmente cosmopolita na forma de ver a moda”, elogiou.

Com anos de atuação no mercado como consultora e extensa bagagem como jornalista na área, Patricia explica como o consumidor vê a moda. “Hoje em dia não é o valor da etiqueta que interessa. É claro que uma roupa de grife sempre tem o seu valor pela qualidade, pela antecipação, pelo estilo, mas a maneira como a pessoa usa conta muito mais”, revela.
Em uma aula da história da moda, Patrícia apresentou a evolução do comportamento dos consumidores dos anos 70 até os dias de hoje. Nos anos 70, existia uma pirâmide do consumo. Quem estava no topo, tinha mais poder aquisitivo, estava mais bem vestido.  Sem muitas opções para quem estava na base da sociedade. Era o auge das grandes grifes e de quem podia tê-las no armário.
Nos anos 80, esse universo mudou um pouco com a chegada das tribos. Foi a época da chamada moda Arquipélogo. Cada tribo tem as suas tendências e forma de vestir e não há diálogo entre elas. Quem era punk, quem era yuppie, quem era disco, tinha seu estilo próprio. Não havia mistura.
Os anos 90 tornam-se a década da moda Metrô. Começou-se a haver mudanças fortes na forma de vestir, pois as tribos começaram a se mesclar. Essa interligação permitiu a inserção de elementos de outra tribo no guarda-roupa.  Foi o pontapé inicial da mescla total das tribos, que é hoje os anos 2000. “Hoje, posso usar uma jaqueta rock com uma calça superclássica e mudar no dia seguinte. Atualmente, o importante é como eu vou fazer essa mistura”, destaca. Aí entram outros conceitos como o vintage que é moda antiga original. O High-lown, que é a mistura do caro com o barato, do luxo com o lixo que tanto encanta as pessoas. “Todo mundo quer ter um estilo, ninguém quer parecer um manequim de vitrine, usando a roupa toda de uma marca. O bacana são as autenticidades, as singularidades”, acrescenta.
Por tudo isso, o princípio de ter um estilo é olhar para si. Uma auto-análise na frente do espelho, identificando os pontos fortes e fracos. Seios pequenos, quadril largo podem ser consertados com a peça certa, além de definir o que realmente você gosta. “Se olhe mesmo e seja sincera. Dentro dessas escolhas pessoais, ver o que fica bem, por exemplo, se minissaia está na moda, mas minhas pernas são muito grossas, não fica bem e não tem porque usar. Esse é básico para se dar bem na moda”, aconselha a consultora. “A gente trabalha com tendências porque, claro, a moda é uma indústria e tem que vender. Mas temos que saber escolher entre as novidades, cada vez mais diversas, o que é bom para gente. Não é preciso usar o que está todo mundo usando”.  Uma boa dica para estar sempre bem informada é o site que ela tem com a sócia Patricia Parenza. www.aspatricias.com.br , atualizado diariamente.
Por fim, Patricia foi categórica. “A moda não pode trazer aborrecimentos, constrangimentos, tem quer ser algo divertido, prazeroso, o momento da mulher se sentir bem, bonita. A moda serve para isso,para ser feliz”, finalizou.

As quatro grandes tendências do inverno
Nômade Chic: tudo a ver com o étnico, folclórico muita pele, mais rusticidade
Anos Dourados: cinturas marcadas, saias mais rodadas, um certo romantismo no ar
Minimalismo: roupas limpas, resgate década de 90 com muita alfaiataria
Rock barroco: atitude roqueira, mais sofisticada, com mais veludo, mais renda

Matéria escrita pela jornalista JANIS LOUREIRO - janisloureiro@gmail.com

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